foto: http://ericconklin.com/images/holmes.jpg
“Você deve ter notado como os extremos se atraem, o espiritual o animal, o homem das cavernas o anjo.”
(Sherlock Holmes)
foto: http://ericconklin.com/images/holmes.jpg
“Você deve ter notado como os extremos se atraem, o espiritual o animal, o homem das cavernas o anjo.”
(Sherlock Holmes)
Outra vez com meus velhos e bons livros, achei isto aqui:
Obs.: A notícia é bem velha, mas garanto que é uma pérola inesquecível!
Eu vou prestar vestibular para Letras. Espero não cometer o mesmo erro!
TANTO FAZ
“Edmar Bacha tirou de letra o exame para professor titular da UFRJ. Só tropeçou ao falar “graus adicional”. Percebeu o erro e corrigiu para “Grais adicionais”. Ficou por isso. O exame não era mesmo de português.”
(Folha de S. Paulo, 29/6/93, Painel)
Achei mais este texto aqui! Ainda bem que nunca gostei de morangos…
OS MORANGOS
A vizinha espiou por cima do muro.
– Bom dia, seu Agenor.
– Bom dia.
– Que lindos estão estes morangos, que maravilha.
– O senhor não colhe, seu Agenor? Estão no ponto.
– Não gosto de morangos.
– Que pena, aqui em casa somos todos loucos por morangos. As crianças então nem se diga. Se não colher vão apodrecer no pé, uma judiação.
– É.
– Se o senhor não se incomodasse eu colhia um pouco. Já que o senhor não gosta de morangos.
– Com licença, preciso pegar o ponto na repartição.
– À vontade seu Agenor. E os morangos?
– Não prestam para comer. Têm gosto de terra.
– Pena, tão lindos!
Saiu pra repartição. Voltou à noite. O luar batia em cheio no canteiro de morangos. Acercou-se em silêncio. Estavam bonitos mesmo. De dar água na boca. Pena que não pudesse comê-los.
Suspirou fundo.
Mariana, tão linda. Linda como uma flor. Mas tão desleixada, tão preguiçosa. Comida malfeita, roupa por lavar, pratos gordurosos. E aquele gênio! Sempre descontente, exigindo tudo o que não podia lhe dar, espezinhando-o diariamente pelo seu magro ordenado.
Fora realmente uma gentil idéia plantar os morangos depois que a enterrara no jardim.
(Giselda Laporta Nicolelis)
foto: http://www.your-soul.com/archives/velha-balanco.gif
Este aqui me lembrou minha vó. Que maldade!
A LÍNGUA DO NHEM
Havia uma velhinha
que andava aborrecida
pois dava a sua vida
para conversar com alguém.
E estava sempre em casa
a boa da velhinha,
resmungando sozinha:
nhem-nhem-nhem-nhem-nhem…
(Cecília Meireles)
Eu e minha mania de revirar livros velhos que ficam amontoados em cima do guarda-roupa. Esse é muito bom! Acho que vou fazer a mesma coisa com a minha professora de gramática!
O ASSASSINO ERA O ESCRIBA
Meu professor de análise sintática era o tipo do sujeito inexistente.
Um pleonasmo, o principal predicado de sua vida,
regular como um paradigma da 1ª. conjugação.
Entre uma oração subordinada e um adjunto adverbial,
ele não tinha dúvidas: sempre achava um jeito
assindético de nos torturar com um aposto.
Casou com uma regência.
Foi infeliz.
Era possessivo como um pronome.
E ela era bitransitiva.
Tentou ir para os EUA.
Não deu.
Acharam um artigo indefinido em sua bagagem.
A interjeição do bigode declinava partículas expletivas,
conectivos e agentes da passiva, o tempo todo.
Um dia, matei-o com um objeto direto na cabeça.
(Paulo Leminski)
foto: capa de ‘O livro da avó’ de Luís Silva
Revirando alguns livros velhos, encontrei este texto. Eu gostei.
A AVÓ
A avó tem cabelos muito brancos, curtos e lisos. Pouco cabelo. A pele é toda enrugada. Parece que já está virando árvore. O corpo também é pequeno. Ela toda parece um pássaro. Usa um xale de renda na cabeça e nas mãos carrega sempre um livro sagrado e cheiro de cebola. Tem passos miúdos. Às vezes parece orvalho. Já está quase desaparecendo, dá pra notar. Os olhos pousados em coisas distantes, invisíveis navios, alguma terra do lado de lá?
(Roseana K. Murray, Retratos)
foto: http://www.joaobarcelos.com.br/casa_branca.jpg
Nunca me esqueci deste texto. O li pela primeira vez quando estava na quinta série. Guardo-o comigo até hoje. Excelente!
O VENENO
Estranha é a cabeça das pessoas.
Uma vez, em São Paulo, morei numa rua que era dominada por uma árvore incrível, um ipê amarelo. Na época de floração, ela enchia a calçada de cores. Para usar um lugar-comum, ficava sobre o passeio um verdadeiro tapete de flores, esquecíamos o cinza que nos envolvia e vinha do asfalto, do concreto, do cimento, os elementos característicos desta cidade. Percebi certo dia que a árvore começava a morrer. Secava lentamente, até que amanheceu inerte, sem uma folha. É um ciclo, ela renascerá, comentávamos no bar ou na padaria. Não voltou. Pedi ao Instituto Botânico que analisasse a árvore, e o técnico concluiu: fora envenenada. Surpresos, nós, os moradores da rua, que tínhamos na árvore um verdadeiro símbolo, começamos a nos lembrar de uma vizinha de meia-idade que todas as manhãs estava ao pé da árvore com um regador. Cheios de suspeitas, fomos até ela, indagamos, e ela respondeu com calma, os olhos brilhando, agressivos e irritados:
– Matei mesmo essa maldita árvore.
– Por quê?
– Por que na época da flor ela sujava minha calçada, eu vivia varrendo essas flores desgraçadas.
Um choque, espanto.
(Ignácio de Loyola Brandão, Manifesto Verde)
foto: http://nuvensdaalma.blogspot.com/2007_08_01_archive.html
Jéssica Alba!
Não precisa falar mais nada né não?!
Simplesmente A MELHOR!
foto: http://oglobo.globo.com/blogs/arquivos_upload/2007/08/150_2027-ARLETE.jpg
Lembrei do que foi dito em um episódio do Toma Lá Dá Cá:
“Pior do que está sempre pode ficar!”
(Copélia – Arlete Salles)